quinta-feira, 5 de março de 2015

Capítulo 3.


Em mim, semeias milhões e nem de um terço desses milhões, te apercebes que semeias. Metade deles agitam-se, ao ver-te ficar só de meias quando chegas a casa. Deixas as botas à porta e a Nicole nem nota na porta aberta, esquecida por ti. Toda torta corre em direção às tuas pernas e obriga-te a ficar sentada, no tapete da entrada da frente. É tão inocente que embora já agarrada a ti, continua a chamar pela mãe, vez atrás de vez. São as saudades de apenas umas horas sem te ver, e eu, deliciado, encostado ao corrimão das escadas, vou sonhando acordado:

...E rasga-lhe o pijama que tinha vestido, como se de um mero guardanapo se tratasse. Espantada, inspirou fundo e encolheu os ombros como se tivesse sentido um arrepio (E arrepio tinha eu sentido quando a vi de lingerie!). Jogou-se ao seu pescoço como se de uma presa se tratasse, mas com a gentileza de alguém que acabara de pegar num bebé ao colo. Suave e bem, bem devagarinho. Sentiu a pele de galinha e o queixo dela a elevar-se no alto; cabeça para trás e as suas unhas, a despentearem-lhe a alma. Ouviu-a novamente a inspirar fundo mas desta vez com ainda mais ênfase, ainda mais descontrolada. 
Aí soube, que não ia dormir tão cedo.